segunda-feira, 6 de julho de 2009

Caros Colegas, Senhores Investigadores, Alunos e Senhores Funcionários

Ao assumir a liderança de um projecto de candidatura à Direcção da Faculdade de Medicina, integrando a lista B, fi-lo de livre vontade e com o intuito único de servir a Escola a que me dedico há mais de 40 anos, sem qualquer outro interesse. Não pretendo posteriormente candidatar-me a qualquer outro cargo, quer seja no âmbito da Universidade, quer seja no exterior.
Já vos manifestei a minha postura face a este processo eleitoral e qual o meu entendimento. Não pretendi dividir a nossa Faculdade e tudo fiz para que pudesse haver uma só lista. Não foi isso o que aconteceu e respeito todas as opções.
Amanhã na votação para os órgãos da Faculdade só existem duas alternativas: (1)Quem entende que devo assumir a Direcção da Faculdade deverá votar na lista B para a Assembleia da Faculdade; (2) Quem entende que não se deve imiscuir nessa escolha e deixar a outros tal responsabilidade poderá votar na lista A.
Desde já assumo perante todos que, se for eleito Director da Faculdade, levarei por diante o meu programa com a colaboração de TODOS os docentes, investigadores, alunos e funcionários.
Em toda a minha carreira profissional liderei grupos. Estou disponível para o continuar a fazer.
Que cada um escolha amanhã aquela que lhe parece ser a melhor solução para a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Saudações Académicas

Carlos Freire de Oliveira

Texto de Opinião Prof. Agostinho Almeida Santos (publicado n'As Beiras, 6/07/2009)

ENSINO MÉDICO E MEDICINA DO FUTURO



Há muito tempo que não escrevia um artigo de opinião. Que ousei publicar, semanalmente, há anos atrás. A razão desta ausência das páginas dos periódicos foi dupla. Primeiro, não tinha tempo. Ultimamente, não me apetecia.

Achei que era agora tempo de pegar outra vez na pena. Justamente por ter pena. Do estado a que se chegou no ensino universitário. Particularmente, o ensino da Medicina.

Reforma atrás de reforma! Estatutos e mais estatutos! Regulamentos sobre regulamentos!

E a qualidade? E o sucesso? E a preparação dos estudantes para as incontornáveis exigências da futura profissão?

Tudo parece estar assegurado.

Entram nas Faculdades de Medicina os estudantes mais bem classificados no ensino secundário. Mas serão os melhores? Quem avalia a vocação, o perfil psicológico, a capacidade de comunicação e até a destreza na resposta a situações inesperadas? NINGUÉM!

O “numerus clausus” aparentemente é muito severo. O que cria angústias, desilusões e desalentos.

O contigente de estudantes que o poder político autoriza a cursar Medicina em cada ano que passa é progressivamente crescente. A raiar o inadmissível. Porquê? Invoca-se a falta de médicos no País. Será verdade? Que estudos demonstram um ratio médico/habitantes inadequado em Portugal? Nenhum! O que está em causa, isso sim, é uma incorrecta distribuição geográfica. Por culpa de decisões políticas! Que permitem uma concentração injustificada e inadmissível de médicos nos grandes centros e nas grandes comunidades hospitalares.

Por força destas mediatizadas razões, o curso de Medicina tem em cada ano de escolaridade um número excessivo de estudantes, distribuídos por turmas pletóricas, resultantes de uma simultânea escassez de docentes. Por falta de verbas para ajustado recrutamento de professores universitários.

A qualidade pedagógica vê-se, nas circunstâncias, afectada. O ensino é teorizado. Os estudantes não contactam com pacientes. A relação interpessoal não existe. As avaliações de conhecimentos são adaptadas a procedimentos docimológicos centrados em respostas de escolha múltipla ou na selecção de proposições teóricas identificáveis como verdadeiras ou falsas. O desagrado é generalizado. A insatisfação manifesta. As injustiças podem acontecer. Os professores mais exigentes são postos em causa. Ainda por cima não é possível e desejável a avaliação contínua.

Os hospitais universitários ou centros hospitalares universitários pouco mais são do que nomenclatura. Com a recente empreserialização das instituições onde se deve ministrar o ensino da Medicina e a progressiva contenção orçamental, a aprendizagem na área das ciências da saúde envereda para uma via economicista, aliada a crescente desmotivação de profissionais que até gostam de ensinar.

O “milagroso” processo de Bolonha veio agravar ainda mais a situação. O licenciado em Medicina virou mestre, à custa de um trabalho escrito de fim de curso com o qual quase ninguém está de acordo. As adaptações dos créditos escolares às normas europeias vieram criar desconformidades nalgumas unidades curriculares destituídas de pendor globalizante e universalista. A pulverização de áreas de conhecimento excessivamente especializadas fizeram perder a visão generalista que deve presidir à formação médica pré-graduada.

Acresce que terminados os estudos universitários e assumida a responsabilidade da prática clínica ninguém se preocupa em conhecer o grau de satisfação dos profissionais formados na escola médica, as dificuldades encontradas no exercício da actividade assistencial quotidiana, os êxitos ou fracassos resultantes da preparação ministrada e dos conhecimentos adquiridos.

Urge, pois, protagonizar a mudança. Que tão apregoada é, mas que tarda em ver-se traduzida por reais progressos.

Os órgãos de decisão da Faculdade de Medicina têm de analisar muito bem a situação actual. Não para implementar uma nova reforma ou estabelecer um qualquer outro regulamento. Mas, para com experiência, coragem, determinação e sentido de responsabilidade auscultar os principais protagonistas do cenário actual e com todos eles estabelecer objectivos claros e desenvolver estratégias adequadas a uma formação correcta dos desejáveis futuros médicos. Será com eles que se há - de constituir, depois, a rede operacional de um sistema de saúde ao serviço dos cidadãos e, sobretudo, dos doentes e da qualidade da assistência que lhes é devida.

E nesta imperativa tarefa não se podem descurar determinantes que são já de hoje e que serão ainda mais ingentes amanhã. As alterações demográficas já evidentes, as novas e sofisticadas tecnologias ao serviço da Medicina, os elevados e incomportáveis custos financeiros dos modernos cuidados médicos em detrimento do raciocínio clínico, os comportamentos deontológicos conformes a princípios éticos universais, a vulnerabilidade e o criticismo de práticas e atitudes clínicas, a permanente vigilância colectiva do exercício da actividade médica são factores que têm de merecer toda a atenção por parte dos decisores das escolas médicas. No sentido de adequar as estratégias pedagógicas universitárias às necessidades e às aspirações dos cidadãos e impedir as demagogias políticas.

A Medicina de ontem, de cariz curativo e preventivo, já se transformou em Medicina preditiva e regenerativa. A transição para novos paradigmas das ciências da vida é irreversível. E os estudantes de Medicina de hoje serão os profissionais destas novas atitudes de amanhã. Numa sociedade que cada vez está mais atenta ao progresso e vigilante às práticas.

Esta a enorme responsabilidade daqueles que agora assumem o poder de decidir.

Na senda de um futuro que seja melhor, mais digno e justo e mais promissor.

Agostinho Almeida Santos

Razões para dar apoio prévio a um candidato a Director da Faculdade

O manifesto que hoje nos foi enviado pela Lista A a defender o contrário peca em dois pontos fundamentais.
1. A escolha do dia 7 de Julho é, de facto, entre candidatos a Director da Faculdade e não entre a Lista A e a Lista B. O novo sistema de governo das Faculdades, cria o lugar de Director, praticamente com poderes ilimitados. Goste-se ou não se goste deste sistema, assim é que é. A partir de agora, o Director da Faculdade, não só exerce a sua autoridade sobre os processos administrativos da Escola, como também dirige os trabalhos do Conselho Científico e do Conselho Pedagógico. Tem, na Faculdade, poderes idênticos aos que o Reitor tem na Universidade. Todos sabemos o que significava e o que significa ainda o Senado e o que significa agora o Conselho Geral da Universidade. Não tenhamos dúvidas. O Reitor é cada vez mais a suprema autoridade da Universidade. É por essa razão que a Assembleia da Faculdade que agora vai ser eleita, e cujos poderes praticamente se esgotam com a nomeação e eventual “desnomeação” do Director da Faculdade, tem como principal impacto e consequência directa, exactamente à eleição do Director.
2. Sofismaticamente (o neologismo é apropriado), a Lista A justifica a sua posição de não apresentar um candidato à Direcção da Faculdade por considerar que não pode um qualquer eventual candidato indicar os componentes de uma assembleia que o fiscalizará. Eu não sei a que mundo pertencem os elementos da Lista A, mas não é isso que se passa no mundo real. Quando daqui a cerca de três meses os eleitores portugueses forem chamados às urnas para votar nas eleições legislativas, cada um estará a pensar não nos deputados mas no próximo Primeiro-ministro. Os deputados à Assembleia da República também serão os fiscalizadores do Governo, e portanto do Primeiro-ministro, que daí resultarão. E, no entanto, todos sabemos quem elabora a lista dos deputados e quem vai à frente dela.
Como posso eu, então, votar numa lista de que não sei exactamente a filosofia que vai utilizar quando tiver que escolher o Director da Faculdade? Apenas por uma declaração de princípios que entretanto divulgaram? Também a Lista B tem a sua. Esta é a minha única oportunidade de intervir neste processo. Depois de amanhã outros o farão por mim e nada do que digam hoje me assegura o que farão depois. Isto é, em vez dos 120 eleitores será a maioria da assembleia, talvez apenas oito, a eleger o Director. Ao contrário do que afirmam, o que está em causa são as pessoas e a sua competência. São estas que determinam a metodologia, são estas que determinam as políticas a seguir.
Não deixa de ser curioso que a Lista A tenha sentido a necessidade de se explicar na véspera da eleição. Como eu compreendo a sua angústia! Sente a falta de um líder. Entre os nomes que lá estão haveria alguns, mas ninguém quis pessoalmente assumir-se. E agora é demasiado tarde. Daqui não sairá nenhum candidato, dizem. Ora, eu não conheço nenhum movimento, nenhuma religião, nenhum programa político sem um líder. Como também não conheço nenhum líder político ou religioso sem um movimento, sem uma religião.
Mas este modo de estar condiz bem com o nosso dilema nacional, que resulta precisamente da falta de lideranças. Fortes e assumidas. Não me surpreenderia que mais tarde viessem a dizer que os programas dos dois candidatos não satisfazem, somos forçados a fazer o que não queríamos. Apresentar o nosso próprio candidato (há muito escolhido).
Gato escondido com rabo de fora…

Manuel J Antunes, Professor Catedrático

Integro a lista B, porque me identifico com o projecto e o programa

Conheci o Senhor Professor Doutor Carlos Oliveira quando ainda era aluno da Faculdade de Medicina. Tive a oportunidade, no início dos anos noventa, de participar no Conselho Directivo, cuja equipa era também integrada pelo Senhor Professor. Foi para mim uma experiência muito enriquecedora, que me permitiu conhecer melhor o seu perfil humano e universitário. Decorriam, então, tempos difíceis, com uma situação financeira complicada. Durante dois anos, pude observar uma gestão eficiente dos escassos recursos existentes e uma capacidade extraordinária para lidar com conflitos. Desde então, o Senhor Professor Doutor Carlos Oliveira passou a ser para mim uma referência, a que se juntou a grata situação de sentir da sua parte a amizade.
Quando o Senhor Professor me convidou para integrar a sua lista, só tinha que me sentir honrado. Verifiquei que, na verdade, havia um projecto e um programa agregador e construído de forma coerente, que tinha um líder de grande experiência e capaz de gerir situações difíceis, com muitas provas dadas.
Integro a lista B, porque me identifico com o projecto e o programa, porque encontro na equipa colegas em quem confio e porque o líder, Professor Doutor Carlos Oliveira, merece toda a minha confiança como clínico, como docente, como investigador, como universitário e como Homem.

António Manuel Silvério Cabrita, Professor auxiliar da Faculdade de Medicina

O apoio da lista B ao candidato a Director é errado?

A lista A é um projecto candidato a todos os órgãos de gestão da FMUC que defende não assumir "o apoio a qualquer candidato ao cargo de director porque só desta forma poderá este órgão actuar com isenção, transparência e imparcialidade nas principais funções que lhe competem nos termos dos estatutos da FMUC" (Diário de Coimbra 30/06/09).
Esta interpretação dos estatutos é limitada e condicionadora, contendo em si alguma contradição. Vejamos porquê analisando um cenário possível para a actual situação: os promotores da lista A elaboraram um projecto de futuro para a escola; escolhidos os elementos das listas aos diferentes órgãos conseguiam, nas eleições, vantagem confortável na Assembleia da Faculdade. Os candidatos a Director, como o Prof. Carlos Oliveira, iriam então elaborar os seus planos de acção. Além de segundo os Estatutos da FMUC se terem de "enquadrar nas linhas de orientação estratégica definidas pela Universidade", o plano de acção iria ser condicionado pelo projecto da maioria da Assembleia de Faculdade, porque só assim assegurava a respectiva
eleição. Deste modo verificava-se uma inversão do estabelecido nos Estatutos, e ao invés de ser o Director a propor um programa de acção para a Assembleia aprovar, era a lista maioritária da Assembleia que condicionava o programa de acção do Director.
A declaração das linhas programáticas do Prof. Carlos Oliveira como candidato a Director da FMUC permite que a lista B se pronuncie sobre as afinidades ao seu programa e, o colégio eleitoral, tenha possibilidade de escolher em consciência a Assembleia. Esta deverá depois, vigiar e exigir o cumprimento do programa apresentado.
Salvo melhor e douta opinião, esta é para mim a essência democrática e a transparência de processos.

Rui Marques dos Santos, Professor Auxiliar com agregação

A Faculdade de Medicina, as eleições e os eleitores

A Faculdade de Medicina, atravessa momentos em que se torna imperioso realizar tarefas inadiáveis, tarefas essas que abrangem todas as suas componentes. Torna-se imperioso unir todo o corpo docente, investigadores, alunos e funcionários e mobilizá-los na defesa da sua Instituição. Há que rever os estatutos, reformar o ensino, evoluir no sentido de um ensino pedagógica e cientificamente adaptado á realidade actual da Escola projectando-o para o futuro, estruturar de forma coordenada a investigação, e acima de tudo não perder mais tempo e mais oportunidades adiando o inadiável.

É necessário projectar um Centro Universitário capaz de oferecer todas as valências e todas as componentes assistenciais, desde os cuidados básicos aos hospitalares e aos geriátricos, continuados e paliativos. Os médicos do amanhã deverão ter orgulho em dizer: eu formei-me em Coimbra!!!!

Todos nós devemos ser chamados a tais tarefas.

O primeiro apelo: Vote dia 7, não deixe de participar na mudança.

As eleições, deveriam ter sido aproveitadas para constituir uma frente única que unindo a Escola, levasse a uma reflexão profunda dos caminhos para a mudança. Tal não foi possivel. Surgem duas listas, divergindo na interpretação da letra do regimento da Faculdade. Quer a defesa da não indicação prévia de um candidato a Director, quer a sua indicação prévia, são perfeitamente legitimas e legais.

Os eleitores, devem interrogar-se se ter ou não um candidato previamente conhecido e vinculado ao seu programa, e apoiado por uma equipa, que não se eximindo dos seus deveres de fiscalização, e actuação dentro do previsto no regimento, é mais transparente e seguro, do que ter uma lista sem candidato assumido, pedindo o seu voto, como um cheque em branco para um futuro e uma actuação, que pode vir posteriormente a impedir consensos e manietar a acção do Director da Escola.

Razões de uma opção

Tendo em atenção o anteriormente referido, analisando a diversidade patenteada pela LISTA B, nos nomes propostos para todos os orgãos da Faculdade, abrangendo em locais elegiveis: representantes de todos os graus da carreira docente, não menorizando a Medicina Dentária, realçando participação dos investigadores, e apresentando elementos com provas dadas na maioria dos cargos a que se submetem a sufragio, a minha opção estava definida.

A inclusão do Professor Carlos de Oliveira como candidato a Director apoiado por esta lista, constituí um factor adicional e de importante peso na decisão do meu apoio.

Tenho previligiado nos últimos anos de um contacto de trabalho com o Professor Carlos de Oliveira, quer na CIMAGO, quer na Comissão Oncológica dos HUC, que me permitiram observar in loco as suas múltiplas qualidades de médico, de académico, mas ACIMA DE TUDO DE GERADOR DE CONSENSOS, DE LUTADOR E TRABALHADOR INCANSÁVEL E DE HOMEM VERTICAL.

O Professor Carlos de Oliveira tem uma carreira que fala por si e não precisa de demonstrar nada a ninguém. Tem todas as condições para ser Director da Faculdade de Medicina e Director de todos os da e na Faculdade.

A sua postura negocial nestes momentos conturbados que vivemos, encontra-se reforçada pelo seu percurso anterior e pelo facto, de ao encontrar-se na fase final de uma longa carreira, não precisar de pedir ou ficar a dever nada, a não ser defender, lutar e mudar a Faculdade.

Diria mais, a Faculdade virá a ser no futuro, também uma herança das suas qualidades passadas e presentes.

Por isto, não tenho dúvidas.

Aos eleitores caberá com o seu voto assegurar a mudança, exigentes na excelência.

José Casanova

COMPROMISSO NA MUDANÇA – A BEM DO ESCLARECIMENTO E TRANSPARÊNCIA DEMOCRÁTICOS

Os novos estatutos da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), elaborados em conformidade com a recente matriz estatutária da Universidade de que faz parte, atribuem ao cargo de Director um conjunto muito vasto de competências, mormente quando comparado com o modelo tripartido de gestão antes prevalecente. Com efeito, para além das funções de representação e administração corrente da Escola, caberá ainda ao Director da FMUC presidir, sem possibilidade de delegação, aos Conselhos Científico e Pedagógico, e fazer executar as deliberações vinculativas destes Orgãos.

Este novo modelo centralizado de gestão aconselha, a bem do esclarecimento e da transparência democráticos, que toda a Escola conheça de antemão a(s) personalidade(s) concorrente(s) ao cargo de Director e o(s) respectivo(s) programa(s) de acção, bem como quem apoia quem. De outra sorte, o exercício do voto será necessariamente um tiro no escuro.

Assim, e para que conste, manifesto o meu apoio, enquanto integrante da lista B, à candidatura do Prof. Carlos Oliveira ao cargo de Director da FMUC. Nele reconheço um carácter conciliador e gerador de consensos, uma devoção extrema à Escola que o formou e onde há mais de 40 anos ensina, um espírito inovador e aberto à mudança e uma capacidade de realização fora do comum. Para além disso, o manifesto de candidatura do Prof. Carlos Oliveira – “Compromisso na Mudança: Exigentes na Excelência”, constitui um inspirado e eclético programa de acção, cuja concretização reforçará o papel da FMUC como centro de referência do ensino e investigação médica não só em Portugal mas também no estrangeiro.

José Manuel Romãozinho, Professor Associado

domingo, 5 de julho de 2009

Votar em quem, e porquê ?

A reorganização institucional da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, à semelhança das outras Faculdades do País, está na ordem do dia. Todavia, para nós que no momento actual representamos a mais antiga Escola Médica Portuguesa, o actual momento eleitoral representa uma responsabilidade muito acrescida, porque devemos ambicionar ser a referência nacional a que desde sempre tivemos direito.

Neste momento de reflexão deve por isso mover-nos, acima de tudo, um espírito de unidade e de partilha no sentido de ajudar a construir um presente e um futuro melhores. Não é difícil revermo-nos na bondade de muitos dos conteúdos programáticos de qualquer das listas concorrentes. Também não é questionável a dignidade e a competência dos signatários de ambas, muitos dos quais já deram provas bastante claras da sua dedicação, capacidade de trabalho, rigor e inteligência. No final, somos até porventura levados a questionar o que nos divide, e se porventura seria sempre impossível um consenso que nos deixaria, como Escola, provavelmente, fortalecidos. São questões que o acto eleitoral realisticamente decidirá, uma decisão que cabe a todos nós e que deverá ser primordialmente norteada, em meu entender, pelo princípio da confiança nas pessoas e depois nos programas. Depois, face à existência de duas listas, será melhor ter a mesma opção para todos os órgãos funcionais, evitando assim os “arranjos” pós-eleitorais de conveniência, que no final desvirtuam o princípio da separação dos programas que sustentaram cada candidatura.

Não obstante o esforço louvável de muitos responsáveis, os desafios que a nossa Faculdade enfrenta não são de hoje. Desde há muito que sentimos alguma perda de coesão e de auto-estima, a par dum afastamento progressivo da sociedade civil, a que se soma uma certa marginalização inconfessada por parte do poder político. Os novos paradigmas conjunturais, com mais e maior exigência nos domínios do ensino e da investigação, vêm imprimir a obrigação de uma dinâmica renovada, que permita relançar uma nova fase na vida da Escola. Uma Escola que respeitando-se a si própria, se faça sobretudo respeitar.

Por outro lado, é incontornável referir o papel fundamental da ligação da Faculdade de Medicina aos Hospitais da Universidade de Coimbra, numa verdadeira “simbiose” motora da razão de existir das duas Instituições, e orgulho incontestado da cidade de Coimbra. Acreditamos que nunca esteve em causa, mas há que aproximá-las mais e sobretudo melhor, consubstanciando uma verdadeira articulação entre assistência, ensino e investigação.

Mais do que programas confiemos nas pessoas, naquilo que sempre deram ao ensino, à investigação, e aos doentes. Confiemos no rigor, no respeito, na determinação. Confiemos também nalgum “engenho e arte” rumo ao futuro, apostando na renovação e nos objectivos de excelência, para a nossa Escola.

Por muitos motivos e na hora de decidir, estarei com a lista B e apoiarei o candidato Professor Doutor Carlos Oliveira, para o cargo de Director da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Rui Alves,Professor Auxiliar

sábado, 4 de julho de 2009

Porque apoio a lista B ?

Apesar de anteriormente ter subscrito e apoiado os princípios orientadores do manifesto de um grupo de docentes da FMUC, após a emergência da candidatura do Prof. Carlos Oliveira a Director e da troca de opiniões sobre as linhas gerais da sua candidatura, não pude deixar de lhe dar total apoio.

Não será a legislação mas fundamentalmente as pessoas que serão os agentes da mudança. Não me revejo nestes Estatutos pois criaram-se óbvias contradições. De facto sou muito mais favorável à votação com expressão nominal adoptada pela Faculdade de Direito.

Reconhecendo o mérito de vários docentes em qualquer das listas que irão participar na orientação dos destinos da nossa Faculdade, não foi para mim necessário conhecer os detalhes do programa do Prof. Carlos Oliveira para rapidamente concluir que tem o perfil ideal para este lugar de importância crucial para o futuro da nossa Escola.

O seu exemplo como Universitário e Director de Serviço nos HUC, o seu profundo envolvimento com a investigação clínica e translacional e a sua capacidade de diálogo e de gerar consensos fazem prever uma liderança firme e de mudança, tão importante nesta fase conturbada do ensino universitário.

Tal como referi num recente editorial, “para se melhorar a formação médica pré-graduada e, implicitamente, a qualidade da medicina portuguesa, deverão as tutelas da Saúde e do Ensino Superior investir prioritariamente na promoção dos Hospitais Universitários, tomando como exemplo o modelo e a organização observada na maioria das Escolas Médicas europeias. Deverá ser lembrado o espírito de Bolonha a que Portugal aderiu, numa perspectiva de harmonização do ensino superior na Europa. Os elementos marcantes na avaliação externa das nossas Escolas Médicas deverão ser, fundamentalmente, a qualidade do ensino e da investigação clínica e translacional desenvolvida nos Hospitais Universitários.”

Quem melhor que o Prof. Carlos Oliveira para conduzir a nossa Escola neste rumo de modernidade e de excelência?

Quando discutimos o problema da reforma curricular concluímos que esta não terá impacto significativo na qualidade pedagógica do ensino médico se não for acompanhada de mudanças nas infra-estruturas pedagógicas direccionadas para o modelo europeu do Centro Hospitalar Universitário e dos Hospitais afiliados.

Com esta Direcção, e com o envolvimento de toda a Escola, tenho esperança que estes problemas sejam assumidos e resolvidos com determinação e capacidade de diálogo, criando-se as condições que permitam um ensino activo e centrado sobre os doentes, com um número reduzido de alunos por docente, afinal um dos objectivos principais do Processo de Bolonha.

Júlio Soares Leite,Professor Catedrático

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Apoio à Lista B e ao Professor Carlos Oliveira

A candidatura do Professor Carlos Oliveira à Direcção da Faculdade de Medicina é factor de grande esperança para a nossa Faculdade.
O Professor Carlos Oliveira ao longa de uma longa vida de médico, académico e homem cívico, deu repetidos testemunhos de grande competência, de enorme capacidade de liderança e de qualidades raras na dificil tarefa de criar consensos e aglutinar pessoas, sem adiar decisões.

Professor Catedrático de Ginecologia, Director do Serviço de Ginecologia, Presidente da Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e Ginecologia, membro eleito do Conselho Geral da Universidade de Coimbra são exemplos de um raro percurso académico, clínico e científico de enorme qualidade e prestígio.

A Faculdade de Medicina de Coimbra enfrenta uma conjuntura problemática e dificil, imposta pela necessidade de reformas inadiáveis, mas também pelo permanente desafio que a evolução contínua dos conhecimentos médicos nos impõe. A melhoria da nossa colocação no ranking das faculdades de medicina e medicina dentária europeias é muito importante. Ao futuro Director vai ser necessário um importante sentido estratégico e de modernidade, um conhecimento profundo da realidade e actividade hospitalar, um empenho decidido na promoção da excelência pedagógica, o desenvolvimento investigação científica ao mais alto nivel, a valorização do mérito académico e a integração em pólos nacionais e internacionais de excelência pedagógica e científica. Em todos os aspectos que acabo de referir, o Professor Carlos Oliveira não é uma promessa, mas sim uma realidade pois, em todos eles, desenvolveu, ao longo de muitos anos, iniciativas concretas de que resultou elevado prestígio para a FMUC e muitas vezes também para os HUC.

O actual clima de alguma crispação com os HUC, hospital maioritariamente composto por médicos de grande competência e qualidades humanas da Carreira Hospitalar, torna ainda mais aguda a necessidade de o nosso futuro Director possuir um profundo conhecimento da vida hospitalar e aí ser conhecido pela suas qualidades e respeitado como um dos seus membros de pleno direito.

Faz parte da Faculdade de Medicina de Coimbra o Mestrado Integrado de Medicina Dentária. O desenvolvimento recente da Medicina Dentária em Portugal com a existência de várias Faculdades de Medicina Dentária com a formação de um número elevado de médicos dentistas, torna premente a contínua melhoria da qualidade pedagógica e científica do ensino. No curto prazo será necessário melhorar a instalação do ensino pré-clínico e actualizar o equipamento existente. A renovação pedagógica obriga à melhoria da relação do ratio docente/aluno concretizando desta forma um dos objectivos da nova reforma que é a tutorização do ensino pré-graduado, que neste curso, é altamente profissionalizante.

O ensino pós-graduado em Medicina Dentária é uma exigência na formação, diferenciação e actualização dos médicos dentistas. É necessário o seu desenvolvimento para que a Faculdade de Medicina de Coimbra seja um centro de excelência. O incentivo e a melhoria da investigação científica, a integração em estudos com participação de outros centros e faculdades nacionais e internacionais, serão objectivos absolutamente necessários nos próximos anos.

Num País em crise de identidade e numa Universidade que se quer reformar e acompanhar a inovação, o “exemplo” tem sido referido como a melhor forma de o conseguirmos. Nesse sentido, apoio a candidatura do Professor Carlos Oliveira pois temos a certeza do “exemplo” da excelência nas características necessárias ao futuro Director da Faculdade de Medicina.

Eunice Carrilho

Fundamento da posição de apoio à candidatura do Prof. Carlos Oliveira

A Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra “tem como objectivo primordial a
formação graduada e pós graduada nas áreas da saúde e das ciências biomédicas” função que desempenha há vários séculos. Única escola médica do país até 1911, tem desde então sido confrontada com outras que lhe disputam o lugar e mesmo a sobrevivência. As dificuldades que hoje experimenta estão relacionadas com sua deficiente capacidade regenerativa para acompanhar os desafios da sociedade moderna e ter hoje o destaque indiscutível de outrora.

As causas desta situação podem ser inúmeras mas as soluções e oportunidades são poucas. O momento actual de reforma dos Estatutos da Universidade e suas unidades orgânicas constitui uma oportunidade única de mudança. A globalização, a crise económica e os desafios aos valores da sociedade alimentam todas as posições mesmo as mais extremistas. Neste contexto a eleição dos novos corpos directivos da FMUC são um momento especial, ao qual se associam as alterações no regime gestionário dos Hospitais da Universidade de Coimbra. Como membro da comunidade académica coimbrã, partilho os valores identitários da Universidade, “respeito pelos valores da independência, da tolerância e do diálogo” e assumo “a conjugação da tradição, da contemporaneidade e da inovação” como elementos fundamentais para construção do futuro.

Como afirmou António Barreto no dia de Portugal “o exemplo tem efeitos mais duráveis do que qualquer ensino voluntarista” e, “pela liberdade e pelo respeito devido aos outros, os portugueses aprenderão mais com o exemplo do que com declarações solenes.” O meu apoio à candidatura do Prof. Carlos Freire de Oliveira ao cargo de Director da FMUC baseia-se no exemplo que constitui a sua carreira. Tal bastaria para lhe confiar o meu voto contudo, ele é também a expressão de todos os valores que mencionei assumir, aliados à capacidade de liderança e mudança demonstrada nas diversas concretizações da sua vida.

Pude trabalhar com o Prof. Carlos Oliveira na reforma do 6º ano e ali confrontar-me com as nossas divergências, cimento de um respeito mútuo próprio de quem assume a filosofia de Karl Popper: “posso estar enganado e tu certo, mas, pelo esforço, podemos aproximar-nos da verdade.” O seu manifesto “Compromisso na mudança – Exigentes na excelência” é a enumeração dos objectivos a que se propõe e que demonstram a qualidade da sua candidatura. Partilhando todos as linhas programáticas enumeradas realço o conceito do Centro Médico Universitário de Coimbra. Particular emoção senti pela recuperação do Centro de Saúde Universitário e a referência ao modelo do 6º ano, vantagens da FMUC que outros têm procurado adiar e destruir.

“O futuro depende de nós próprios. É sobre nós que recai toda a responsabilidade”.

2 de Julho de 2009,
Rui Marques dos Santos, Professor Auxiliar com Agregação

COMPROMISSOS NA MUDANÇA

CARLOS MANUEL DOMINGUES FREIRE DE OLIVEIRA
Professor Catedrático da Faculdade de Medicina
da Universidade de Coimbra (FMUC)

Candidato ao cargo de Director da FMUC

“EXIGENTES NA EXCELÊNCIA”


Candidatar-me à Direcção da FMUC, no cumprimento no estipulado no artº59 dos Estatutos da Universidade de Coimbra e do artº24 dos Estatutos da FMUC é, neste momento, um imperativo de consciência e uma tentativa de promover um novo salto qualitativo na nossa histórica Faculdade, num período conturbado de algumas indefinições, tanto a nível internacional, como nacional ou local.

A crise internacional que se instalou nos últimos meses com repercussões graves a nível nacional obriga-nos a encontrar vias alternativas para um ensino e uma investigação que se pretende de excelência. Nas últimas semanas foi também a FMUC fustigada por uma política inapropriada por parte da Administração dos Hospitais da Universidade de Coimbra, o que nos obriga a rever o relacionamento institucional e a pugnar pela criação de um verdadeiro hospital universitário ou mesmo de um Centro Médico Universitário de Coimbra englobando as unidades de saúde de maior prestígio.

Embora não estivesse nas minhas perspectivas universitárias candidatar-me a um cargo de tanta responsabilidade, há momentos em que é impossível recusar o apelo da Escola para o cumprimento de um dever. Fá-lo-ei, abandonando, por incompatibilidade legal, o prestigiado cargo de membro eleito do Conselho Geral da Universidade de Coimbra, bem como a minha actividade hospitalar, ficando assim com tempo disponível para grande dedicação ao projecto que pretendo progressivamente desenvolver, procurando sempre o consenso entre o corpo docente, os alunos, os investigadores e os funcionários da nossa prestigiada Faculdade. Procurarei também, no desempenho do cargo de Director da FMUC, interferir nos destinos da Universidade participando no momento oportuno nas candidaturas a Reitor(a) de acordo com o perfil mais adequado para a defesa dos interesses da Universidade e os da FMUC.

As linhas programáticas que se seguem são apenas metas que se pretendem atingir ou objectivos para o médio e longo prazo. A sua calendarização será objecto de uma análise ponderada em colaboração com a Escola e com aqueles que forem escolhidos para desempenharem funções de maior proximidade. O actual potencial humano da FMUC obriga-nos a colmatar as insuficiências e a guindar-nos a um lugar de maior prestígio entre as faculdades de medicina europeias.

Em todas as decisões serão rigorosamente respeitadas as competências dos órgãos de gestão da FMUC.


1º - Reestruturação da FMUC

Em consonância com o actual Estatuto da Universidade de Coimbra e com o novo Estatuto da Faculdade de Medicina é obrigatório, em tempo curto, adaptar o funcionamento da FMUC à nova legislação, o que vai determinar alterações no funcionamento dos órgãos de gestão, procurando rentabilizar os apoios administrativos e conseguir maior celeridade nas decisões. O acompanhamento diário da actividade da FMUC é um compromisso que assumo.

Além da reestruturação dos órgãos da FMUC, também as subunidades orgânicas (áreas) irão merecer grande empenhamento na adaptação ao novo figurino. Os grupos de ensino serão adaptados, a curto prazo, à nova realidade, assim como as estruturas de investigação e desenvolvimento e as outras estruturas e serviços.

A transferência dos órgãos de governo da FMUC para o pólo III será também um acontecimento a ocorrer durante este mandato.

A estruturação de planos de desenvolvimento adequados ao planeamento e à orçamentação anual e plurianual será indispensável e deve ser apoiada por profissionais especializados e acessível a toda a FMUC. Estes planos da Escola resultarão da integração e harmonização de programas anuais e plurianuais das subunidades orgânicas e respectivas componentes.


2º - Colaboração com os órgãos de governo da Universidade

A colaboração com os órgãos de governo da Universidade será leal e dialogante, mas empenhada e exigente. Procurarei ainda ter um papel activo no âmbito do Senado e das suas competências.

Face ao número crescente de alunos no Mestrado Integrado de Medicina tentarei, em diálogo com os serviços centrais da Universidade, aumentar a cota de docentes na FMUC, particularmente no que diz respeito aos assistentes. Este aspecto terá que ser conciliado com o novo estatuto da carreira universitária, quando aprovado.

Considero também necessário rever a distribuição dos lugares de professores associados e catedráticos, bem como de investigadores, tendo em consideração os objectivos da instituição, as justas expectativas dos docentes e investigadores e a necessidade de preservar e aumentar o grupo de investigadores.

O processo de integração na administração da Universidade dos serviços administrativos e financeiros será acompanhado com particular atenção, defendendo sempre que esta nova forma de gestão não contribua para dificultar o funcionamento da FMUC.


3º - Promover a excelência pedagógica

Um dos principais objectivos da FMUC é a excelência pedagógica nos Mestrados Integrados de Medicina e Medicina Dentária (1º e 2º ciclos), no Programa de Doutoramento (3º ciclo) e nos programas dos cursos de pós-graduação e mestrados. Para cumprimento deste desiderato a Escola terá que ser imaginativa para ultrapassar as contingências orçamentais e alcançar no 1º e 2ºciclos uma melhor relação quantitativa docente/discente. No 2º ciclo, tem que se encontrar uma solução para reduzir o número de alunos nas turmas práticas, podendo passar pela participação mais activa de outras unidades de saúde de Coimbra e da Região Centro, sempre sob a responsabilidade do regente da disciplina, e/ou por um maior envolvimento dos médicos da carreira hospitalar, num modelo semelhante ou adaptado ao que actualmente decorre com o 6º ano do Mestrado Integrado de Medicina. No 1º ciclo deve incentivar-se a participação activa dos investigadores na docência e estimular o apoio de clínicos, em consonância com a sua actividade assistencial.

A articulação da FMUC com a ARS do Centro tem de ser uma realidade. Os estudantes do Mestrado Integrado de Medicina deverão poder ter acesso aos Centros de Saúde, mediante protocolo a estabelecer entre a FMUC e a ARS do Centro. O potencial humano e técnico disponível nos Centros de Saúde poderá colmatar as insuficiências e dificuldade dos hospitais em várias patologias frequentes ou no âmbito da medicina preventiva.

A criação de um Centro de Saúde Universitário continua a ser um objectivo a criar em articulação com a ARS.

Os Mestrados Integrados, com a existência de dois ciclos, determinam uma maior separação entre as designadas cadeiras básicas e as clínicas, que tem que ser colmatada, a curto prazo, por uma harmonização e integração de conhecimentos. Para se alcançar este objectivo terá que se proceder à revisão dos conteúdos científicos de cada disciplina, o que será conseguido através de um diálogo estruturado entre os respectivos regentes.

O acompanhamento do processo de Bolonha é indispensável com vista a evitar desvios e a incentivar o ensino centrado no aluno. A melhoria do desempenho docente/discente é um objectivo a atingir determinando um melhor aproveitamento escolar.

É imprescindível proceder-se a uma revisão profunda dos curricula dos Mestrados Integrados com a participação activa de docentes e discentes, nos vários órgãos da FMUC. O ensino tem de ser adequado às necessidades assistenciais e de investigação para o futuro a curto e médio prazo.

A FMUC deve ter um envolvimento activo na área do desenvolvimento profissional contínuo, com particular destaque a nível da formação teórica nos internatos médicos, em íntima colaboração com as Ordens dos Médicos e dos Médicos Dentistas e as sociedades científicas. Esta colaboração será uma das formas de incentivar os médicos a frequentarem um 3º ciclo e, além disso, aproveitar o potencial humano da FMUC. Deve também organizar programas de actualização para profissionais da área da saúde e programas de pós-doutoramento.

A formação de docentes e o desenvolvimento e viabilização de metodologias e estratégias que permitam aperfeiçoar o ensino/aprendizagem continua a ser um importante objectivo que deverá ser integrado na avaliação curricular, aquando da progressão na carreira académica.

O 3º ciclo é uma nova aposta da FMUC que terá todo o apoio por parte dos órgãos de gestão de modo a ocupar progressivamente um lugar de destaque pedagógico e científico no contexto nacional e internacional, com preferência para a Comunidade de Países de Língua Portuguesa. Procurarei criar as condições necessárias para atrair jovens médicos a este programa ao abrigo da legislação aplicada aos Internos Doutorandos.


4º Promover a excelência da investigação científica

A FMUC tem que se impor no âmbito da excelência científica, passando pelo envolvimento activo de docentes e investigadores, não só no desenvolvimento de novos projectos mas também na divulgação adequada, em publicações com impacto, dos resultados alcançados.

Terei o maior empenhamento em contribuir para o desenvolvimento e concretização do projecto do BIOMED III, onde a FMUC deverá ter grande capacidade de liderança no desenvolvimento de projectos no âmbito da investigação biomédica e investigação translacional aplicadas às Ciências da Saúde e à Biomedicina, com o objectivo último de criar melhores condições de saúde para a humanidade.

O BIOMED III organiza-se, numa fase inicial, em quatro grandes programas científicos: (a) envelhecimento e degenerescência de sistemas biológicos complexos; (b) neurociências e doença; (c) genética e oncologia; (d) infecção, imunidade e ambiente.

O BIOMED III deverá articular-se com o BIOMED I (IBILI), com o BIOMED II (Faculdade de Farmácia), com o ICNAS e com os HUC, IPOC e CHC, criando-se assim, em Portugal, o maior pólo de investigação na área da saúde. Para a concretização deste objectivo a FMUC irá liderar, a curto prazo, a criação na Zona Centro de um Consórcio na área da Saúde, englobando não só as entidades referidas mas ainda outras públicas ou privadas. O Centro de Neurociências será um parceiro privilegiado pelo trabalho que tem desenvolvido e pelo prestígio científico alcançado.

Os recursos humanos, as competências e os equipamentos, dentro da FMUC, devem ser partilhados por toda a Escola e será feito, a curto prazo, o seu inventário. Este será divulgado, com vista à criação de parcerias e ao aparecimento de novos projectos de investigação científica.

O desenvolvimento de projectos científicos obriga ao recurso a verbas independentes do orçamento da FMUC. Esta deverá procurar apoiar a aquisição racional de equipamentos para os Centros de Investigação e os Institutos Multidisciplinares. Por outro lado, as unidades funcionais que gerem receitas por prestação de serviços e outros devem poder dispor de uma parte dessas verbas para equipamentos e desenvolvimento de projectos, conforme planos previamente aprovados.

A direcção da FMUC compromete-se em promover a investigação a decorrer ou projectada junto das mais variadas entidades privadas, com vista à angariação de fundos, bem como apoiará e incentivará as candidaturas a concursos nacionais e internacionais e procurará criar uma equipa de profissionais nesta área, de modo a apoiarem os docentes e investigadores nas respectivas candidaturas.

A divulgação dos resultados dos projectos de investigação será incentivada com a publicação em revistas com impacto, centralizando-se toda a informação nesta vertente em profissionais capazes de avaliações bibliométricas correctas, periodicamente divulgadas para toda a Escola.

Pretende-se manter um quadro próprio de investigadores da FMUC, promovendo novas contratualizações bem como a progressão na carreira. A criação de uma Área de Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico obriga a uma particular atenção por parte dos órgãos da FMUC proporcionando as melhores condições a esta nova estrutura com peso institucional idêntico às áreas responsáveis pela leccionação dos Mestrados Integrados.

Procurarei manter e se possível melhorar os incentivos aos alunos para participarem activamente em projectos de investigação.


5º - Financiamento da FMUC

O financiamento da FMUC pelo orçamento do Estado resultará de decisões políticas que ultrapassam em larga medida a capacidade de intervenção dos órgãos de gestão da FMUC. De qualquer modo, procurarei ser interventivo e pugnar por um orçamento capaz de responder às necessidades quantificadas e justificadas em planos de desenvolvimento anuais e plurianuais.

Considero imprescindível que a FMUC gere receitas próprias, quer através de actividades pedagógicas, quer de serviços prestados à comunidade e outros.

Para o desenvolvimento de projectos de investigação, os Centros de Investigação e os Institutos Multidisciplinares de Investigação serão incentivados a concorrerem a concursos nacionais e internacionais e a Direcção da Faculdade procurará criar as facilidades necessárias à persecução deste objectivo apoiando a feitura dos documentos destinados às candidaturas.


6º - Mérito académico e sua valorização

A nova realidade do ensino e da investigação nas universidades no século XXI obriga-nos, no âmbito da FMUC, a rever os critérios de avaliação curricular aquando da progressão dos docentes e investigadores nas respectivas carreiras, tendo em consideração, de forma ponderada quantitativa e qualitativa, os desempenhos pedagógicos, científicos e assistencial, bem como a capacidade de liderança e de organização.

Para o cumprimento deste desiderato, a curto prazo, será criado um grupo de trabalho que actualizará e reformulará o que até à data tem sido feito, de modo a poder permitir decisões transparentes e que valorizem a Escola.

Também na nomeação dos coordenadores de áreas para além da hierarquia universitária, que deve ser preservada desde que não viole os princípios definidos neste programa, serão pré-definidas regras que permitirão a transparência nas escolhas. O mesmo se fará, quando se justificar, em relação aos Centros de Investigação, aos Institutos Multidisciplinares de Investigação e às outras estruturas e serviços da FMUC.


7º - Articulação e interacção com outros pólos nacionais e internacionais de excelência pedagógica e científica.

Para além da criação do Consórcio referenciado anteriormente irei desenvolver esforços para articular a FMUC com outros centros de excelência em Portugal, quer na área pedagógica quer na da investigação. A cooperação em projectos conjuntos é essencial para a projecção do país na Europa.

Na vertente pedagógica a FMUC irá prosseguir com a organização de reuniões estruturadas com todas as escolas médicas com o objectivo de se encontrarem convergências e sinergias sobre vários temas que nos preocupam, entre os quais, o acesso aos internatos hospitalares, bem como a mobilidade de alunos durante os mestrados integrados.

A internacionalização da FMUC passa por um maior empenhamento em proporcionar acções concertadas na mobilidade de docentes e discentes, através de vários programas disponíveis. Irei desenvolver esforços no sentido de as estruturas administrativas da FMUC proporcionarem o acesso fácil e atempado a esses programas.

A nível internacional considero prioritário o aprofundamento das relações institucionais com a Universidade de Salamanca. Também darei prioridade ao relacionamento com a Comunidade de Países de Língua Portuguesa.

A FMUC continuará a apoiar o ensino da medicina na Universidade dos Açores, como parte do Mestrado Integrado da nossa faculdade. Tentarei a curto prazo, e na sequência de esforços já dispendidos, concretizar a possibilidade de leccionação na Universidade dos Açores do 3º ano do 1º ciclo.

Darei particular atenção à imagem pública da FMUC, não só através das estruturas próprias, mas com a participação de uma agência especializada.


8º- Articulação com outras Faculdades da Universidade de Coimbra

Quer no âmbito pedagógico quer no da investigação é imprescindível manter e se possível aumentar o relacionamento institucional com as outras Faculdades da Universidade de Coimbra.

Na área pedagógica pugnarei pela excelência do relacionamento bem como a partilha de responsabilidades em domínios que já são uma realidade e analisaremos todas as novas situações, entre as quais uma eventual integração da formação em enfermagem no âmbito do ensino universitário. Nunca me afastarei do princípio, que há muito defendo, e que se refere ao facto de toda a actividade no domínio da saúde ter como objectivo último o ser humano, nas vertentes da prevenção, do diagnóstico, do tratamento e da reabilitação. Nestes domínios, com particular destaque para os últimos três citados, o médico é o único responsável pela aplicação de novos métodos que proporcionem maiores êxitos e boa qualidade de vida para os doentes.


9º Articulação com os Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC)

Os HUC são o parceiro privilegiado da FMUC quer no que respeita ao ensino quer à investigação.

Enquanto não existir a figura jurídica de hospital universitário a FMUC explorará todos os mecanismos legais para uma verdadeira parceria entre as duas instituições, salvaguardando sempre os superiores interesses dos doentes e da componente ensino/aprendizagem.

Incentivarei reuniões frequentes da Comissão Mista, com agendas pré-definidas e decisões devidamente publicitadas, através das respectivas actas.

Face a alterações recentes introduzidas pelo Conselho de Administração dos HUC, no que diz respeita à estruturação de serviços e respectivas direcções, pugnarei por todos os meios disponíveis, pela correcção de injustiças cometidas a docentes da FMUC, bem como pela reversão das alterações introduzidas susceptíveis de afectar o normal exercício da docência, com respeito total pela carreira hospitalar.

Farei todas as diligências necessárias para articular a actividade de ensaios clínicos nos HUC com os eventualmente a decorrer na FMUC, assim como a investigação translacional.


10º Política de garantia de qualidade e acreditação

A FMUC terá de aderir a processos de avaliação regular de qualidade nas vertentes pedagógica, científica, técnica e administrativa. Deverá também certificar as unidades que o justifiquem. Esta avaliação e certificação de algumas unidades necessita de contar com o envolvimento activo de docentes, investigadores e funcionários. Na vertente pedagógica deverá haver uma participação activa dos alunos.

Terei o cuidado de promover regularmente avaliações internas e auditorias externas por peritos especialmente convidados.

A avaliação da qualidade terá como objectivo conhecer a realidade da escola e permitir a correcção de desvios a indicadores previamente definidos.

Em colaboração com os dispositivos de avaliação e de garantia de qualidade da Universidade de Coimbra será constituída uma equipa preparada para o cumprimento deste objectivo, que actuará conforme está previsto na legislação vigente, na qual se preconiza uma estratégia para a melhoria contínua da qualidade.


11º Divulgação pública da imagem da FMUC

É aceite que a comunicação social desempenha hoje um papel crucial na divulgação das instituições, quaisquer que elas sejam. Direi, como outros que “quem não aparece não existe” e a FMUC não deve surgir na comunicação social apenas pelos aspectos negativos, como o que recentemente se verificou na relação institucional com os HUC.

Irei procurar ter o apoio de uma entidade externa, que se ocupe de um modo pró-activo, junto dos docentes, investigadores e alunos, na colheita de informações susceptíveis de posterior mediatização, nos domínios do ensino, investigação e assistência. Nesta última área fá-lo-ei em colaboração com os HUC..


12º Património histórico da FMUC

Na transferência das actuais instalações para o Pólo III irei garantir que o património histórico da FMUC, quer no que diz respeito a documentação, quer a equipamentos ou mobiliário, será devidamente inventariado e preservado.

A Comissão do Acervo Histórico, em colaboração com o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, será incentivada e apoiada no desempenho das suas funções, com vista à exibição pública do espólio museológico.


13º Coimbra Médica

Deverá ser feita uma tentativa para retomar a actividade editorial da “Coimbra Médica” através de contrato a estabelecer com uma empresa externa vocacionada nesta área, sem encargos para a FMUC e distribuição gratuita.

Há necessidade de se definir um corpo editorial e conteúdos, de acordo com normas internacionais, permitindo a sua indexação.

Estimularemos a publicação dos melhores trabalhos finais dos alunos do 6º ano, publicações científicas dos médicos dos internatos e resumos alargados das teses de doutoramento defendidas.


14º - Governo da FMUC

No cumprimento estrito do Regulamento da FMUC assumirei as responsabilidades que me são atribuídas em colaboração com os restantes órgãos, respeitando as competências de cada um e reunindo com grande frequência os Conselhos Científico e Pedagógico, de forma a tornar céleres e transparentes as decisões tomadas e respectiva divulgação.

Por formação e sentido de estar na vida, de que já dei exemplos em outras actividades, pugnarei pela descentralização e atribuição de responsabilidades àqueles que comigo trabalharem em maior proximidade. Confiarei nas suas capacidades e em última instância assumirei as decisões que me parecerem mais adequadas e devidamente justificadas perante a Escola.

Às unidades funcionais será atribuída grande autonomia de gestão, mediante o respeito pelo planeamento geral da FMUC, com o objectivo único de dinamizar as suas actividades.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Professor Carlos de Oliveira assume candidatura à direcção da Faculdade de Medicina

CARLOS MANUEL DOMINGUES FREIRE DE OLIVEIRA, Professor Catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) é candidato ao cargo de Director da FMUC.
Apoiado pela Lista B, "Exigentes na Excelência", o Professor Carlos de Oliveira antecipa e assume, aqui e agora, os seus compromissos na mudança. Do seu Programa de acção constam 14 pontos, que amanhã serão dados a conhecer em pormenor. Para já, fica a explicação da sua candidatura, na primeira pessoa.

"Candidatar-me à Direcção da FMUC, no cumprimento no estipulado no artº59 dos Estatutos da Universidade de Coimbra e do artº24 dos Estatutos da FMUC é, neste momento, um imperativo de consciência e uma tentativa de promover um novo salto qualitativo na nossa histórica Faculdade, num período conturbado de algumas indefinições, tanto a nível internacional, como nacional ou local.
A crise internacional que se instalou nos últimos meses com repercussões graves a nível nacional obriga-nos a encontrar vias alternativas para um ensino e uma investigação que se pretende de excelência. Nas últimas semanas foi também a FMUC fustigada por uma política inapropriada por parte da Administração dos Hospitais da Universidade de Coimbra, o que nos obriga a rever o relacionamento institucional e a pugnar pela criação de um verdadeiro hospital universitário ou mesmo de um Centro Médico Universitário de Coimbra englobando as unidades de saúde de maior prestígio.
Embora não estivesse nas minhas perspectivas universitárias candidatar-me a um cargo de tanta responsabilidade, há momentos em que é impossível recusar o apelo da Escola para o cumprimento de um dever. Fá-lo-ei, abandonando, por incompatibilidade legal, o prestigiado cargo de membro eleito do Conselho Geral da Universidade de Coimbra, bem como a minha actividade hospitalar, ficando assim com tempo disponível para grande dedicação ao projecto que pretendo progressivamente desenvolver, procurando sempre o consenso entre o corpo docente, os alunos, os investigadores e os funcionários da nossa prestigiada Faculdade. Procurarei também, no desempenho do cargo de Director da FMUC, interferir nos destinos da Universidade participando no momento oportuno nas candidaturas a Reitor(a) de acordo com o perfil mais adequado para a defesa dos interesses da Universidade e os da FMUC.
As linhas programáticas que serão anunciadas são apenas metas que se pretendem atingir ou objectivos para o médio e longo prazo. A sua calendarização será objecto de uma análise ponderada em colaboração com a Escola e com aqueles que forem escolhidos para desempenharem funções de maior proximidade. O actual potencial humano da FMUC obriga-nos a colmatar as insuficiências e a guindar-nos a um lugar de maior prestígio entre as faculdades de medicina europeias.
Em todas as decisões serão rigorosamente respeitadas as competências dos órgãos de gestão da FMUC.
"

quarta-feira, 1 de julho de 2009

“Pela Ética e formação”

A lista E para os alunos de doutoramento apresenta-se às eleições de sete de Julho com o lema, “Pela Ética e formação”. Constituem a lista para a Assembleia Geral Francisco José Santiago Fernandes Amado Caramelo, na qualidade de efectivo, e Hans Christian August Eickhoff, como suplente.
Para o Conselho Pedagógico concorrem Ana Margarida Coelho Abrantes (efectivo) e António Celso Dias Pereira (suplente).

terça-feira, 30 de junho de 2009

EXIGÊNCIAS DE UMA CANDIDATURA

Os tempos actuais são de crise mas propícios a mudanças.

Também a Universidade não tem sido alheia a conflitos sejam económicos ou sociais, culturais ou políticos.

Embora as instituições seculares devessem saber preservar-se das turbulências que afectam a sua desejável estabilidade, vivemos um período de profundas alterações no governo das agremiações universitárias. Leis controversas, regulamentos questionáveis, modelos de gestão diferentes são outros tantos imperativos de um futuro de incógnitas.

Importa agora, e face a este presente, preparar os caminhos do futuro na esperança de melhores oportunidades para dignificação da comunidade universitária e progresso da sociedade que a sustenta.

A Faculdade de Medicina de Coimbra vai ter de sufragar novos corpos dirigentes com radicais diferenças no modelo de gestão, mas com melhores propósitos na prossecução dos seus desígnios.

Porém, a Faculdade de Medicina de Coimbra vive dias conturbados no seu relacionamento com a unidade de ensino clínico que sempre foi e queremos que continue a ser a sua. Por direito próprio! Mas também para honra do próprio nome de secular tradição!

Os Hospitais da Universidade de Coimbra, por força de enquadramentos políticos e na senda de projectos pouco consentâneos com a realidade que sempre os enalteceram, viraram empresa e subalternizaram o ensino universitário, despromovendo professores com carreiras docentes e craveiras profissionais reconhecidas e chanceladas pelos seus pares.

Importa, por tudo isto, agir, neste momento, com eficácia, mudando o que é preciso mudar, assumindo firmeza nas decisões, quer perante o poder político, quer face a forças obstaculizadoras.

Nas circunstâncias, um grupo de professores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra decidiu intervir para agir com determinação, propondo-se:

  1. Reformular o futuro do ensino universitário médico com pragmatismo, centrado num passado que não nos envergonha e adaptando as formas de intervenção a paradigmas em que nos reconhecemos, mas que não nos obriguem a modelos que quase ninguém aceita;
  2. Preparar as estruturas pedagógicas para um ensino moderno da Medicina do próximo futuro, que pouco tem a ver com um passado já ultrapassado pelas conquistas da modernidade;
  3. Defender relações inter-institucionais fortalecidas pela nobreza que deve ser timbre do ensino universitário pré e pós-graduado, sem deixar que processos desvirtuados subalternizem a ingente tarefa de ensinar futuras gerações de profissionais competentes nas áreas das ciências da vida;
  4. Incentivar o diálogo e a interdisciplinaridade entre docentes e investigadores com o propósito do desenvolvimento de uma investigação de excelência.
  5. Lutar pela dignificação da condição de professor universitário hospitalar que tem de ser apanágio de qualidades científicas, técnicas e humanas e centro do processo de aprendizagem clínica dos estudantes de Medicina.

Por todas estas e outras razões de clara oposição aos modelos que nos querem impor, apresentamos uma candidatura aos órgãos de gestão da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, a qual desejamos exigente, mas não queremos que deixe de pugnar por exigências realistas e coerentes.

Para alcançar tais desígnios, entendem os subscritores transmitir ao Professor Doutor Carlos Freire de Oliveira a sua total confiança para encabeçar e liderar acções e propósitos agora aqui enunciados.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Cinco objectivos e três razões para estar com o Professor Carlos de Oliveira

Investigadora no IBILI e catedrática da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Filomena Botelho explica os motivos pelos quais aceitou ser mandatária da candidatura do Prof. Carlos de Oliveira e as razões pelas quais entende que ele é a pessoa indicada para dirigir, “na conjuntura difícil e complexa que vivemos”, os destinos daquela instituição. Uma “liderança tranquila, um líder de consensos e um líder para a mudança” são características apontadas pela mandatária do Professor Carlos de Oliveira.
  1. O ensino universitário médico impõe uma mudança de paradigma, em consonância com os desafios e exigências que se nos colocam e aos quais temos o dever de saber responder com eficácia e elevados padrões de qualidade.
  2. Adaptar e preparar as estruturas pedagógicas ao ensino moderno da Medicina constitui, nesse sentido, um imperativo categórico para a futura direcção da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
  3. Incentivar o diálogo e a interdisciplinaridade entre docentes e investigadores, com o objectivo de melhorar as condições para o ensino e a investigação de excelência.
  4. Lutar pela dignificação da condição de professor universitário hospitalar e do desenvolvimento das suas qualidades científicas, humanas e técnicas, uma vez ele estar no centro do processo de aprendizagem clínica dos estudantes de Medicina.
  5. Defender relações inter-institucionais fortalecidas pela nobreza que deve caracterizar o ensino universitário pré e pós-graduado, sem permitir que processos menos transparentes diminuam ou subalternizem a ingente tarefa de ensinar futuras gerações de profissionais competentes nas áreas das ciências da vida.
A concretização destas razões/objectivos essenciais para a vida futura da Faculdade de Medicinia da Universidade de Coimbra enfrenta, hoje, uma conjuntura problemática e, nessa medida, susceptível de colocar dificuldades acrescidas ao necessário salto qualitativo que todos ambicionamos.

Dentro deste quadro, a acção do futuro director da Faculdade de Medicina assume uma responsabilidade sem precedentes, porquanto lhe vai ser exigida uma capacidade de diálogo, de acção e de decisão indiscutíveis e necessariamente compagináveis com a experiência, apurado sentido estratégico e desapego ao poder. Numa palavra, uma liderança firme, mas tranquila.

Atendendo, por outro lado, ao clima de crispação que é hoje indisfarçável em algumas áreas da vida da Faculdade de Medicina e no seu relacionamento institucional com os HUC, impõe-se que o futuro director seja um catalizador de consensos. Numa palavra, um líder aglutinador.

O Professor Carlos de Oliveira reúne as qualidades de liderança e de construtor de consensos que a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra tanto precisa. Catedrático de Ginecologia, de cujo Serviço é director há oito anos, presidente da Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e Ginecologia e membro eleito do Conselho Geral da Universidade de Coimbra, o Professor Carlos de Oliveira é possuidor de um percurso académico, clínico, científico e cívico absolutamente invejável.

Se assim não fosse teria optado, face às dificuldades que o exercício do cargo a que se candidata lhe vai exigir, pela atitude cómoda, fácil e apetecível de não lutar e dar o melhor de si, neste momento difícil, à causa da Faculdade que há décadas é a sua casa e por isso tão bem a conhece. Significa isto que é um imperativo de consciência que o move, em prol da defesa dos superiores interesses da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e de todos quantos ali estudam e trabalham. Numa palavra, um líder para a mudança.

A Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra precisa de um pensamento e acção estratégica e de uma liderança firme, mas tranquila e avessa à polémica gratuita, capaz de entender e acreditar que o consenso é a forma mais inteligente e eficaz de realizar com êxito o imenso trabalho que há pela frente. A meu ver, o Professor Carlos de Oliveira é neste momento a pessoa mais bem colocada para assumir todos os desafios e a sua plena concretização. Mais: o facto de ter sido até agora Presidente da Assembleia de representantes, funções para que foi eleito e que desempenhou durante vários anos, representa um capital de experiência imprescindível pelo conhecimento profundo que possui acerca das várias sensibilidades, quer de docentes, investigadores, alunos e funcionários.