sábado, 4 de julho de 2009

Porque apoio a lista B ?

Apesar de anteriormente ter subscrito e apoiado os princípios orientadores do manifesto de um grupo de docentes da FMUC, após a emergência da candidatura do Prof. Carlos Oliveira a Director e da troca de opiniões sobre as linhas gerais da sua candidatura, não pude deixar de lhe dar total apoio.

Não será a legislação mas fundamentalmente as pessoas que serão os agentes da mudança. Não me revejo nestes Estatutos pois criaram-se óbvias contradições. De facto sou muito mais favorável à votação com expressão nominal adoptada pela Faculdade de Direito.

Reconhecendo o mérito de vários docentes em qualquer das listas que irão participar na orientação dos destinos da nossa Faculdade, não foi para mim necessário conhecer os detalhes do programa do Prof. Carlos Oliveira para rapidamente concluir que tem o perfil ideal para este lugar de importância crucial para o futuro da nossa Escola.

O seu exemplo como Universitário e Director de Serviço nos HUC, o seu profundo envolvimento com a investigação clínica e translacional e a sua capacidade de diálogo e de gerar consensos fazem prever uma liderança firme e de mudança, tão importante nesta fase conturbada do ensino universitário.

Tal como referi num recente editorial, “para se melhorar a formação médica pré-graduada e, implicitamente, a qualidade da medicina portuguesa, deverão as tutelas da Saúde e do Ensino Superior investir prioritariamente na promoção dos Hospitais Universitários, tomando como exemplo o modelo e a organização observada na maioria das Escolas Médicas europeias. Deverá ser lembrado o espírito de Bolonha a que Portugal aderiu, numa perspectiva de harmonização do ensino superior na Europa. Os elementos marcantes na avaliação externa das nossas Escolas Médicas deverão ser, fundamentalmente, a qualidade do ensino e da investigação clínica e translacional desenvolvida nos Hospitais Universitários.”

Quem melhor que o Prof. Carlos Oliveira para conduzir a nossa Escola neste rumo de modernidade e de excelência?

Quando discutimos o problema da reforma curricular concluímos que esta não terá impacto significativo na qualidade pedagógica do ensino médico se não for acompanhada de mudanças nas infra-estruturas pedagógicas direccionadas para o modelo europeu do Centro Hospitalar Universitário e dos Hospitais afiliados.

Com esta Direcção, e com o envolvimento de toda a Escola, tenho esperança que estes problemas sejam assumidos e resolvidos com determinação e capacidade de diálogo, criando-se as condições que permitam um ensino activo e centrado sobre os doentes, com um número reduzido de alunos por docente, afinal um dos objectivos principais do Processo de Bolonha.

Júlio Soares Leite,Professor Catedrático